Edição Julho 2021

O Rodar Válvulas pega em temas soltos de pura curiosidade quotidiana e tenta explorar o mesmo "até ao osso", dando um conhecimento mais aprofundado do tema escolhido. Tem o objetivo de meter a cabeça a "rodar" e a pensar como é que certas tecnologias funcionam ou como são organizadas no seu cerne e tudo isto em relativamente poucas palavras. 

Podemos afirmar que a abordagem e aplicação dada ao Digital Light é inovadora mas o mesmo não podemos dizer da tecnologia por trás da mesma. A primeira vez que falamos do tema foi na publicação de Julho de 2018 e que pode ser consultada aqui. 
Vamos tentar nesta publicação que a tecnologia seja explorada e que no final seja claro o porquê da nossa primeira afirmação.

Antes de avançarmos para o design e estrutura do nosso Digital Light é importante perceber a tecnologia básica para depois perceber como funciona dentro do farol.
A tecnologia tem o nome de Digital Light Processing (DLP) e é uma tecnologia que tem vindo a ganhar mercado nestes últimos anos mesmo tendo sido criada pela Texas Intruments em 1987.
A aplicação principal são os projetores e vídeo projetores como hoje em dia temos nos nosso trabalhos, no cinema ou mesmo em casa.
Nos projetores DLP, a imagem é criada por espelhos microscópicos organizados em matriz sobre um chip semicondutor dado pelo nome de Digital Micromirror Device - DMD. Podemos mesmo dizer, fazendo a analogia para as televisões convencionais, que cada microespelho corresponde a um pixel na imagem projetada sendo então a quantidade destes que corresponde à resolução final.

Estes pixéis (quadrados) são compostos por uma superfície muito bem polida de alumínio que a olho nu parece um espelho e cada um tem cerca de 8 micrómetros de aresta - 8 vezes mais pequeno que a espessura de um cabelo humano! 
Cada microespelho é controlado individualmente através de coordenação binária (0 e 1) criando uma inclinação especifica ao elemento. Isto é, se o processador envia o sinal 0 a luz é refletida para um elemento que absorve (light dump) sendo o resultado na imagem projetada como um pixel preto e se for 1, o valor do sinal, o resultado será a reflexão da luz tornando este pixel como ativo/ligado. Até nem parece complicado até aqui pois não?

Até agora temos apenas uma imagem a "preto e branco" pois em nenhum lado foi introduzido a elemento cor. No entanto é possível pois já foi tempo em que o conteúdo que víamos era nesse padrão. Para então termos cor na imagem final temos de adicionar um elemento tipo filtro onde pelo menos tem de ter três cores (nos aparelhos mais recentes o filtro tem mais cores) para conseguirmos com a sua combinação chegar às cores compostas. Esse filtro é introduzido entre o DMD e a fonte de luz obrigado ao feixe a passar e a adquirir a cor.

Para se criar cores diferentes das que compõem o filtro é necessária uma dança sincronizada entre o tempo de ativação e a combinação de cores do filtro. 

 

Digital Light

Para os que tiveram preguiça de ir ver o que é o sistema Digital Light da MB trata-se de um sistema de assistência à condução onde os faróis ajudam o condutor a perceber mais rapidamente o ambiente circundante evitando acidentes assinalando com projeções na estrada - símbolos e marcas.
Neste momento não podemos esperar ver o sistema a funcionar em Portugal pois apenas está legalizado para a Alemanha (a ativação do sistema é feito pelo GPS em zonas com lesgislação). 
No caso do nosso sistema ficou de parte o filtro fazendo com que as imagens projetadas sejam apenas "brancas" com a temperatura das restantes luzes do farol.

Códigos de função:

O farol é constituído por duas unidades de controlo que são comandadas pela SAM dianteira.
Uma dedicada inteiramente ao Multibeam e Modulo DLP e outra para as restantes funções genéricas do farol.

No caso desta tecnologia é possível repara/substituir algumas peças:

Se o modulo DLP for afetado apenas com a substituição do farol o problema é solucionado.