Edição Setembro 2020

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Ainda tem dúvidas do potencial das viaturas elétricas?
Apoios, Legislação e Comparativos

A verdade é que os elétricos já circulam há alguns anos mas os mitos à volta dos mesmos continuam e as conversas de café ainda se resumem ao custo das baterias depois do período de garantia e à autonomia reduzida de muitos.
Concretamente já são mais de 50 mil veículos elétricos a circular por todo o país e o número não está para abrandar. Em 2020, o incentivo do estado aumentou para 3000€ e os carregamentos deixaram de ser gratuitos.
As variáveis são tantas que a maior parte ainda fica confuso se vale a pena ser o tio "paráfrentex"  e investir nesta tecnologia ou  arriscar ser o avô do tempo da guerra e continuar com os combustíveis fósseis. O nosso papel (que vamos tentar que seja o mais imparcial possível) não vai ser fácil e avisamos já que a resposta não é assim tão direta quanto possa parecer.
Vamos colocar todas as variáreis a descoberto e dar a conhecer o um bocado mais sobre o carregamento, garantias/preços de material, incentivos e legislação pois é com maioritariamente estas, que o fosso pode separas os dois rivais.

São várias as marcas com propostas de carros elétricos, para todas as carteiras. Na Mercedes são disponibilizadas várias soluções:

  • Híbridos Convencionais, em que o motor elétrico complementa o térmico (normalmente com a designação "h", ex: S400h ou E300h);
  • Híbridos Plug-in, que têm baterias maiores e a possibilidade de as carregar numa tomada ou carregador. O motor térmico pode ser a gasolina  (normalmente com a designação "e", ex: A250e) ou a gasóleo  (normalmente com a designação "de", ex: GLC300de) , sendo a autonomia elétrica suficiente para pequenos percursos;
  • Modelos 100% elétricos (normalmente com a designação EQ, ex: EQC);
  • fuel-cell, onde o hidrogénio produz a eletricidade que alimenta o motor elétrico (apenas em pequenas quantidades e em testes na Alemanha, ex: GLC F-Cell).

Incentivos e Legislação
 
Temos de salvaguardar que os incentivos do estado para já são uma grande ajuda a impulsionar o sector automóvel para este conseguir entrar no mercado mas não devem durar para sempre. Já é conhecido que em grandes capitais europeias como Oslo e Copenhaga o crescimento foi tão grande que em 2019 os governos tiveram que começar a retirar benesses começando a restituir os impostos de circulação e do IVA nessas viaturas.
Para já temos isenção do IVA (quando falamos de aquisição por parte de empresas), ISV, IUC e em muitos municípios o estacionamento é mais barato ou até mesmo gratuito.

Com a compra do seu 100% elétrico também pode contar com um icentivo de 3000€ no caso de pessoa singular (válido para ligeiros de passageiros e mercadorias) ou de 2000€ no caso de pessoas coletivas. Este ano, 2020, a verba para ligeiros de passageiros aumentou para 4 milhões de euros proporcionando este incentivo a 700 sortudos! Mas atenção, em declarações o Ministério referiu que “o número de candidaturas para a tipologia ‘Veículos ligeiros de passageiros – pessoas singulares’ ultrapassou o número de incentivos disponíveis para essa mesma tipologia no passado dia 11 de agosto”.
Como não queremos que perca tempo para o ano, decidimos juntar todas as informações e documentos necessários.

Documentos do candidato:
  • Identificação (número do cartão de cidadão ou Bilhete de Identidade e NIF).
  • No caso de o requerente ser uma pessoa coletiva, cópia de Certidão de Registo Comercial ou código de acesso à certidão permanente, e identificação (número do cartão de cidadão ou Bilhete de Identidade e NIF) dos representantes da sociedade.
  • Certidão de não dívida do beneficiário perante a Autoridade Tributária e Aduaneira ou autorização para consulta da situação tributária (obtida através do Portal das Finanças apresentando o NISS do Fundo Ambiental, 2600 086 9927).
  • Certidão de não dívida do beneficiário perante a Segurança Social ou autorização para consulta da situação contributiva (obtida através da Segurança Social Direta apresentando o NISS do Fundo Ambiental, 2600 086 9927).
Documentos do veículo:
  • Fatura de aquisição com data posterior a 1 de janeiro de 2020, em nome do beneficiário, em que conste o número de chassis (se aplicável), devendo ainda ser feita prova de matrícula a favor do beneficiário, através do Documento Único Automóvel ou outro documento.
  • No caso de veículo adquirido em regime de locação financeira, no lugar da fatura deve ser inserida cópia do contrato, que mencione explicitamente ter a classificação de locação financeira, com duração mínima de 24 meses e com data posterior a 1 de janeiro de 2020, em nome do beneficiário e com identificação do veículo através do número de chassis e/ou matrícula. Deverá ainda provar que já está na posse do veículo, através de submissão de auto de entrega ou documento equivalente.
  • No caso de bicicletas elétricas, de carga ou convencionais, deverá ser apresentada uma declaração do vendedor, na fatura ou em documento anexo, em como o veículo é novo e se destina a uso citadino/urbano ou de carga.

Condições para obter o apoio do Estado:

  • Este incentivo contempla exclusivamente veículos novos, sem matrícula, exclusivamente elétricos, das categorias M1 e N1 conforme a classificação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), devidamente homologados;
  • Não podem candidatar-se ao incentivo os veículos ligeiros cujo custo total de aquisição, com IVA incluído, seja superior a 62.500 euros. Estão igualmente excluídos veículos sujeitos a um processo de legalização de importação.
  • Os beneficiários do incentivo ficam obrigados a manter os veículos financiados por um período mínimo de 24 meses, e não os podem exportar.
  • Os pedidos são ordenados de acordo com a data e a hora de submissão. Caso a sua candidatura seja apresentada depois de ultrapassado o número limite, ficará em lista de espera. Se a verba destinada a outro tipo de veículo elétrico não se esgotar no decorrer do ano, é possível que ainda possa obter o financiamento solicitado.

Garantias e preços de material
 
Deixando agora de parte a burocracia e passando para outro tema, as peças e garantias são sempre um problema, especialmente quando se fala em baterias. Na Mercedes-Benz as baterias tem uma garantia consoante a variante eletrificada do modelo:
  • Versão Plug-in -> 6 anos ou 100.000 Km's;
  • Versão 100% elétrica -> 8 anos ou 100.000 Km's (Classe B EletricDrive e SMART EQ) ou 160.000 Km's (EQC).
A preocupação da maioria das pessoas relativamente às baterias e todo o material eletrónico é muitas vezes fundamentada em opiniões sem bases teóricas ou práticas, e como o poder do passa palavra é muito grande acabamos por ser influenciados por essas ideias.
Os preços deste tipo de baterias ainda é considerado demasiado elevado mas se pensarmos bem há 8 anos atrás o preço pelo kW/h era de 800€ e hoje em dia ronda os 200€ (preços de produção). Contas feitas em 8 anos vimos uma diminuição para 1/4 do valor, e se nos próximos 8 anos a perspetiva é que esse valor ainda baixa mais rápido que anteriormente. Fazendo contas rapidamente para um modelo novo (SMART EQ) que a bateria anda por volta dos 10.000€, daqui a 8 anos quando a garantia acabar a mesma vai ter um custo significativamente inferior (~ < 3000€).
Outra variável a entrar nesta equação foi o novo nível de técnico de diagnóstico de sistemas de HV onde o mesmo possivelmente já vai conseguir reparar as baterias, tornando o preço muito inferior à compra de uma bateria nova.

Carregamentos
 
Os postos de carregamento rápido, bem como os carregadores localizados em espaços privados, já tinham iniciado a cobrança deste serviço, em 2018 e 2019 respetivamente. Agora é a vez dos postos de carregamento da rede pública. A data para esta nova etapa foi fixada em 1 de julho de 2020 e para ter acesso, o utilizador é obrigado a ter um contrato com um comercializador de eletricidade para a mobilidade (e pedir um cartão novo).
Os mais de 600 postos de carregamento normal que eram operados pela entidade gestora MOBI.E foram concessionados a privados deixando os antigos cartões de funcionar.
A Mercedes-Benz disponibiliza um serviço "amigo do utilizador" chamado Mercedes Me  Charge. Este sistema possibilita o utilizador a pagar através de cartão ou pela APP Mercedes Me ou pelo sistema MBUX diretamento do interior da viatura. O cartão pode ser pedido gratuitamente e a sua ativação não demora mais que uns minutos para garantir que pode ser usado na grande parte dos postos de carregamentos espalhados pela Europa.
Comparativo
 
Mesmo depois de todos os incentivos e benefícios ainda podem ficar dúvidas no caminho a escolher e por isso nós vamos tentar facilitar isto com um exemplo prático e bastante recorrente nos últimos 2 anos que foi entre a escolha de um Smart a combustão interna e um Smart elétrico.
O processo começa por juntar as variáveis importantes para o estudo e quais seriam a suas grandezas hipotéticas mas realistas. Separar os custos variaveis dos fixos também faz parte do desafio e no final ficamos com a seguinte tabela:
Nota: o preço do Kwh pode variar de posto para posto, da potência disponível e do tipo de carregamento (AC ou DC)! O documento excel tem a facilidade de estar automatizado e qualquer alteração que seja necessária basta alterar o valor em causa.
Após calcularmos os custos fixos e variáveis para cada opção usamos uma equação aproximada de uma reta para visualizarmos, dependendo dos Km's anuais, o ponto onde uma deixa de ser viável e se torna a outra opção a mais vantajosa.
Para mais fácil compreensão isto acontece quando ambas as retas de cruzam no gráfico.
Comparativo para um utilização a 5 anos (Sem Incentivo)
Azul - Smart EQ 
Vermelho - Smat MCI (Motor de Combustão Interna)
Para uma utilização a 5 anos com a venda do mesmo no final quando analisamos o gráfico 1 (sem incentivo) confirmamos que apenas se torna viável a compra se o utilizador fizer pelo menos 9 mil Km/ano! Após isso compensa sempre a versão elétrica chegando a poupanças de quase 1000€/ano caso faça mais de 20 mil Km/ano.
Comparativo para um utilização a 5 anos (Com Incentivo)
Azul - Smart EQ 
Vermelho - Smat MCI (Motor de Combustão Interna)
No caso de termos acesso ao incentivo a partir dos 1000Km's anuais já compensa a versão elétrica com poupanças de quase 1500€/ano.
Realçar que quando mais fizer por ano o fosso entre uma versão e outra é cada vez maior...
Comparativo para um utilização a 10 anos (Sem Incentivo)
Verde - Smart EQ 
Vermelho - Smat MCI (Motor de Combustão Interna)
Para uma utilização a 10 anos o numero de km's para a viabilidade do elétrico baixa para pouco mais de 2 mil Km's, com poupanças na ordem dos 1250€ anuais!
Comparativo para um utilização a 10 anos (Com Incentivo)
Verde - Smart EQ 
Vermelho - Smat MCI (Motor de Combustão Interna)
No caso de termos acesso ao incentivo, o gráfico fica meio diferente, as retas não se encontram? Isso pode ser bom para a reta de custos que fica em baixo...
Neste caso as retas cruzam-se mas numa dimensão negativa isso quer dizer que nunca compensa a compra do Smart MCI (reta vermelha) pois independentemente dos km's que faça durante o ano o smart elétrico vai ser sempre a melhor escolha!
Nunca esquecendo que cada caso é um caso e que tem de ser estudado e adaptado à rotina do cliente. Vão sempre existir fatores que são subjectivos e que podem ser decisivos na hora da compra. Por muito que compense na teoria na prática a história é outra, façam sempre compras ponderadas, com um objetivo bem claro e colocando sempre todas as cartas na mesa! Temos a certeza que tanto nas Vendas como na Técnica/Formação existe disponibilidade para ajudar se assim for o caso.
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