Entrevista Petronas
A entrevista foi direcionada ao Sales Manager Portugal, Narciso Figueiredo, com um percurso dedicado ao mundo dos lubrificantes, com mais de 20 anos de experiência na gestão do negócio de lubrificantes, ocupando vários cargos nas áreas técnico comerciais e de gestão.
1. Acha que ainda é um bicho de sete cabeças e que confunde muita gente (nas oficinas) toda a informação à volta das especificações de lubrificantes automóvel?
O Lubrificante é uma peça muito importante e indispensável no funcionamento de um motor. À semelhança da evolução tecnológica que continuamente se verifica no mundo automóvel e não só, o lubrificante, tem que se adaptar e evoluir continuamente, para poder responder com sucesso ao conjunto de requisitos a que é chamado a contribuir.
Neste sentido, o lubrificante é caracterizado tendo em atenção os seguintes segmentos: Viscosidade ; performance (pacote de aditivos) e tipo de óleo base.
Desde o inicio do seculo 20, estes fatores tem vindo sempre a serem considerados, para adequar o lubrificante as funções que lhe são requeridas pelos fabricantes dos automóveis.
Assim sendo, a tendência da viscosidade (Grandeza física que determina a fluidez do lubrificante, vulgarmente referida com espessura do óleo), expressa em graus de viscosidade SAE, inicialmente monograduada, como por exemplo, SAE 30, ou SAE 40 e até SAE 50, com a dita evolução, apareceram os fluidos de viscosidade múltipla ou multigraduados, SAE 20W50; 15W50, 15W40;10W40;10W30;5W40; 5W30; 0W30; 5W20 ; 0W20. Esta evolução da viscosidade tem vindo sempre no sentido de redução da mesma, e consequentemente disponibilizar lubrificantes cada vez mais fluidos (mais finos).
Para ser possível esta evolução nos fluidos lubrificantes, foi necessário alterar continuamente a tipologia dos óleos base, ou seja inicialmente todos os lubrificantes eram produzidos a partir de óleo de base minerais, posteriormente óleos de base semissintética e atualmente, todos os novos automóveis requerem oleos de base sintética, sem os quais não seria possível a produção de lubrificantes de tão baixa viscosidade.
O outro segmento de caracterização dos lubrificantes é a sua performance relativa, ou seja, o conjunto de característica que têm de possuir, para poder cumprir com os requisitos dos fabricantes de automóveis; a sua formula de aditivos. A Petronas, desenvolve continuamente, no seu Laboratorio de pesquiza e desenvolvimento, em Turim, Itália, novas soluções de formulações , para garantir a melhor resposta às continuas exigências dos fabricantes de automóveis.
Estes requisitos(exigências) são materializados através de especificações. Estas especificações, não são mais do que um conjunto de requisitos a que o produto tem de cumprir, como por exemplo, níveis de desgaste interno, estabilidade da viscosidade, capacidade de transporte do calor, proporcionando um melhor arrefecimento, níveis de limpeza e muita mais.
Estas especificações, poderão ser genéricas, internacionais, sendo as mais conhecidas e usadas a Europeia ACEA e a Americana API e também a Asiática ILSAC. Além das especificações internacionais, os principais fabricantes de automóveis, estabelecem especificações próprias com por exemplo MB 229.5 ; MB 229.51 ; MB 229.52; MB 228.5; MB 228.51. São designadas com especificações das OEM´s. De facto são as mais importantes pois nelas estão contidos todos os requisitos, não só para o interior do motor, como também, para o turbo e também, muito importante os requisitos relativos à proteção ambiental, com a redução das emissões poluentes, onde os lubrificantes tem um papel importante a desempenhar.
Bom, não é um bicho de 7 cabeças, mas é principalmente importante respeitar para cada modelo a especificação estabelecida pela a OEM, pois só assim se garante a utilização do produto certo, com a máxima eficácia e proteção.
2. São cometidos erros em oficina devido a falta de informação ou apenas falta de formação?
Pelo que já foi dito, a informação existe, nos manuais, nas fichas técnicas dos lubrificantes e no conhecimento geral, no entanto, verificamos, que há muitas vezes a tentação da simplificação e minimização, das exigências dos fabricantes. Verificamos com muita frequência a tendência para se fixar a atenção na viscosidade e nas especificações genéricas internacionais em detrimento das OEM´s. Esta tendência é mais seguida em organizações independentes das marcas.
A formação, por vezes funciona, com oportunidade de sensibilizar as pessoas, para todos estes pontos e lembrar a disponibilidade dos mesmos. Sem dúvida que é sempre útil.
3. Em relação ao consumidor comum a compra passa apenas por uma sigla ou norma podendo levar a uma compra inadequada?
O muito importante neste caso a sensibilização no cumprimento das normas dos fabricantes. Com já referido o mundo automóvel tem sofrido um enorme desenvolvimento tecnológico, levando as marcas ao refinamento das exigências para os seus automóveis. Essa é a razão pela qual, actualmente há uma normas especificas, que obrigam à disponibilidade de produtos fabricados de acordo com essas normas e que consequentemente, não garantem totalmente a performance esperadas, caso seja usado um produto inadequado. Sem dúvida a atenção às normas requeridas é muito importante.
4. O consumo de combustível pode ser maior devido à utilização de um fluído incorreto?
Sem dúvida. Como já foi aqui referido, uma das carcateristica dos lubrificantes é a sua viscosidade, ou seja a sua fluidez a uma certa temperatura. Quanto mais “grosso” ou seja mais viscoso for o lubrificante, mais resistência oferece à circulação no interior do motor e consequentemente exige um maior esforço ao motor. Em sentido inverso, um lubrificante de baixa viscosidade , sendo mais solto, exige menos esforço interior, contribuindo assim para a poupança de combustível. Os lubrificantes de baixa viscosidade são designados por lubrificante de economia de combustivel.
5. Existe realmente alguma diferença entre marcas de lubrificantes?
Sem dúvida, muitas diferenças. As mais importantes, são a sua capacidade técnica de desenvolvimento de novos produtos, trabalhando em conjunto com as marcas. Um excelente exemplo disso é a parceria entre a PETRONAS e a MERCEDES , materializada no desenvolvimento de produtos da gama SYNTIUM, aplicados na formula um, com o real sucesso que todos testemunhamos. Na PETRONAS, chamamos ao carro da formula um o nosso laboratório móvel de desenvolvimento de lubrificantes.
6. O que destaca a Petronas neste mercado competitivo?
Como já foi referido, a PETRONAS é uma marca de base tecnológica, com mais de 100 anos de experiencia acumulada, desde o mundo Fiat até aos nossos dias, com um intensa colaboração com os principais construtores desenvolvendo produtos técnicos de ultima geração. No entanto nós na Petronas, desenvolvemos produtos, para todos os sectores de actividade, nomeadamente na industria adequando cada solução ao segmento de mercado a que se destina.
7. Se tivesse de descrever a Petronas em 3 adjetivos quais escolheria?
Confiança – Para a Petronas o mais importante é corresponder às expectativas dos nossos clientes. Garantir que os nossos produtos e serviços sempre superem o que prometemos. Esforçamo-nos por oferecer o máximo valor aos nossos clientes, aos mercados em que competem e aos consumidores, enquanto minimizamos o nosso impacto ambiental.
Performace – A Petronas tem como lema ser uma empresa de Soluções Técnicas de Fluidos. A experiência acumulada pela Petronas nos circuitos de Fórmula 1 bem como uma presença constante nos principais circuitos de desporto motorizado, permitiram desenvolver a gama de lubrificantes Syntium constituída por produtos de alta tecnologia, os quais respondem a todas as exigências da nova geração de motores, dando uma indiscutível contribuição para a redução de emissões, proporcionando teor de CO2 cada vez mais baixos.
Qualidade – Todos os nossos produtos e serviços estão certificados pelos mais elevados padrões de exigência da normalização internacional, factor de garantia dos produtos Petronas.
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