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Edição Novembro 2020

A publicação será mensal e vai conter informações técnicas, notícias e novidades do mundo Daimler. O apoio da comunidade é bem vindo e por isso caso tenha alguma informação, sugestão, crónica, notícia técnica que ache que vale a pena partilhar entre em contacto com o Departamento Técnico ou através do e-mail vasco.pinto@soccsantos.pt.

Parceria com PETRONAS
Afinal como é feito e para que serve o óleo do motor? 

A ideia da colaboração foi instantânea quando nos lembramos de fazer uma edição sobre óleo do motor e explicar com mais pormenor como é fabricado e desmistificar algumas dúvidas que possam já ter surgido aos mais curiosos.
O óleo do motor é hoje em dia um dos fatores mais importantes para a longevidade e performance dos motores de combustão interna. Simplificando, este fluído previne que as peças de metal se deteriorem ou em casos extremos fiquem soldadas umas às outras, ou como na gíria se diz que as peças "griparam".
O seu objectivo é reduzir a fricção e o calor enquanto mantém o motor a funcionar como um relógio suíço.

O óleo como nós o conhecemos pode ser de três tipos: Mineral, Semi-Sintético ou Sintético e são sempre compostos por óleo base e aditivos. Mas vamos começar com pequenos passos pois isto pode ficar confuso com alguma rapidez.

Óleo Mineral tem um óleo base proveniente da refinação do petróleo. Após extração este é transportado para a refinaria onde o crude passa por diversos processos para remover as impurezas. Para os mais curiosos o início do processo é igual à produção de combustível através da destilação da matéria prima numa coluna atmosférica onde são separados os componentes mais leves (GPL, gasóleo, gasolina...). Desta coluna é extraído um resíduo que após destilado em coluna de vácuo, dependendo da temperatura, resulta em diferentes graus de óleo base mineral. Estas bases são posteriormente submetidos a tratamentos de melhoria de características (aditivos) para os tornar adequados para utilização na produção de lubrificantes. Desta forma nascem os óleos base minerais.
 
  • Menor intervalo entre trocas;
  • Tipo de óleo mais barato.
Óleo Sintético pode ter diferentes origens químicas e na maior parte dos casos é criada em laboratório mas também pode ser oriundo da refinação do crude por um processo mais complexo onde as moléculas de hidrocarbonetos tem de ser reestruturadas. Após termos a base vão ser adicionados então os aditivos que o tornam o tipo de óleo mais utilizado no sector automóvel.
 
  • Menor consumo de óleo; 
  • Economia de combustível; 
  • maior resistência à oxidação; 
  • Partidas rápidas a baixas temperaturas; 
  • Tipo de óleo mais caro. 
Óleo Semi-Sintético é uma mistura dos que falamos anteriormente. A proporção não é igual e a quota parte do sintético não deve ultrapassar os 30%. A partir do momento que leve 1% de sintético já se pode considerar um semi-sintético.
 
  • Desempenho inferior ao sintético; 
  • Custo inferior ao sintético. 

Aditivos que podemos encontrar, em ambos os óleos, que garantem a qualidade, performance e vida útil dos mesmos: 
  • Inibidores de Oxidação - Com o passar do tempo o óleo, dentro do motor, tem tendência a oxidar e a perder qualidades, este aditivo ajuda a minimizar esta oxidação;
  • Detergentes - Estes aditivos ajudam a remover depósitos ou micro partículas da superfície do motor;
  • Dispersantes - Mantêm as impurezas suspensas para as mesmas não se depositarem e obrigando-as a passar no filtro de óleo, ficando lá retidas;
  • Anti-Espuma - Com o uso de detergentes era normal a formação de espuma, criando micro bolsas de ar, não deixando que as peças sejam lubrificadas uniformemente;
  • Anti-Desgaste - Também chamados de aditivos de anti-fricção e que permitem criar uma camada generosa de fluído entre peças desde o arranque do motor;
  • Inibidor de Corrosão - A maior parte do material em contacto é metálico e tem em alguns casos tendência a corroer;
  • Índice de Modificadores de Viscosidade - Tem o objectivo de reduzir a diferença de viscosidade entre temperaturas baixas (arranque) e temperaturas altas (trabalho);
  • Anti-Congelantes - Alteram ligeiramente as características físicas para se adaptar melhor às temperaturas.

Normas / Classificações
 
Aqui vai ser importante perceber que para a Mercedes o mais importante é a especificação/norma do construtor e por isso nos baseamos em "folhas MB-Approval", mas já vamos perceber melhor isso e conhecer também as normas/classificações generalistas:
 
1. SAE
A classificação SAE (Society of Automotive Engineers) classifica o lubrificante pela sua viscosidade. Esta classificação é a mais fácil e a que mais gente está habituada a ouvir falar e está dividida em monoviscosos ou multiviscosos.
Normalmente, nos monoviscosas, é utilizado um número e um "W" seguido (ex: 80W) e que quer dizer que independentemente da temperatura a viscosidade será sempre de fator 80.
Nos multiviscosos, mais utilizados hoje em dia pela sua versatilidade, temos mais um número depois do "W" (5W 30). Isto quer dizer que vamos ter uma viscosidade de 5 em frio (e por isso a letra "W" - Winter) e à temperatura de trabalho a viscosidade vai ser de 30.

2. API
A classificação API (American Petroleum Institute) estabelece um conjunto de testes que define os níveis mínimos de  desempenho para o óleo lubrificante para motor automóvel.
A classificação API divide os óleos em duas categorias, dependendo do tipo de motor para o qual foram projetados. Se a primeira letra for S, quer dizer que o óleo foi desenvolvido para atender viaturas movidas  a gasolina, etanol e gás natural. Já para motores a diesel (com filtro de particulas) a sigla utilizada é API C.
Na API S, a sigla vem seguida de outra letra, para determinar qual o nível de desempenho o óleo atende. Quanto mais distante a segunda letra estiver do “A” no alfabeto, mais desenvolvido e recente é o produto. Por exemplo: um óleo API SN é superior a um API SL ou SM, podendo obter um desempenho muito melhor.
 

3. ACEA
Assim como a API estabelece os critérios mínimos de desempenho para os óleo de motor para os Estados Unidos, a ACEA (European Automobile Manufacturers Association) é a responsável por desenvolver as especificações dos lubrificantes de motores automóveis na Europa. A ACEA possui um sistema de classificação diferente da API pois considera 3 diferentes blocos de especificação:
 - Os destinados a veículos pesados a diesel, identificada pela letra “Ex” onde x é um número (ex: ACEA E7);
- Veículos ligeiros a diesel e gasolina identificada pela sigla “Ax/Bx” (ex: ACEA A3/B4);
- Veículos ligeiros a diesel com sistema de pós tratamento de gases da exaustão com filtro de partículas, identificada pela sigla “Cx” (ex: ACEA C2).
 

4. MB-APPROVAL
A Daimler AG emite os seus próprios requisitos para os óleos do motor mas também para diferenciais, caixas de velocidades, sistemas de travagem e outros sistemas hidraulicos. Todos estes dados podem ser encontrados no site oficial (BeVo)  onde são atualizados com regularidade, seja quando os requisitos de teste são alterados ou para novas especificações.
Cada especificaçãoé conhecida pelo seu número de folha MB. Genericamente estruturado pela forma MBXXX.YY isto quer dizer que os 3 primeiros números podem especificar para que finalidade, isto é, óleo do motor/ caixa de velocidades/ diferencial e o sufixo dos ultimos dois números ( que pode apenas ser um) já remte para um grau de especificação mais profundo. 
As especificações detalham os graus de viscosidade permitidos, desempenho de nível ACEA ou API que também devem ser atendidos, além de testes físicos, químicos e de motor adicionais que devem ser realizados. Isso inclui testes de motor que foram desenvolvidos pela Daimler e testes de dinamômetro de chassis para testes de economia de combustível em veículos específicos para certas especificações.


Entrevista Petronas
 
A entrevista foi direcionada ao Sales Manager Portugal, Narciso Figueiredo, com um percurso dedicado ao mundo dos lubrificantes, com mais de 20 anos de experiência na gestão do negócio de lubrificantes, ocupando vários cargos nas áreas técnico comerciais e de gestão.

1. Acha que ainda é um bicho de sete cabeças e que confunde muita gente (nas oficinas) toda a informação à volta das especificações de lubrificantes automóvel?
O Lubrificante é uma peça muito importante e indispensável no funcionamento de um motor. À semelhança da evolução tecnológica que continuamente se verifica no mundo automóvel e não só, o lubrificante, tem que se adaptar e evoluir continuamente, para poder responder com sucesso ao conjunto de requisitos a que é chamado a contribuir.
Neste sentido, o lubrificante é caracterizado tendo em atenção os seguintes segmentos: Viscosidade ; performance (pacote de aditivos) e tipo de óleo base.
Desde o inicio do seculo 20, estes fatores tem vindo sempre a serem considerados, para adequar o lubrificante as funções que lhe são requeridas pelos fabricantes dos automóveis.
Assim sendo, a tendência da viscosidade (Grandeza física que determina a fluidez do lubrificante, vulgarmente referida com espessura do óleo), expressa em graus de viscosidade SAE, inicialmente monograduada, como por exemplo, SAE 30, ou SAE 40  e até SAE 50, com a dita evolução, apareceram os fluidos de viscosidade múltipla ou multigraduados, SAE 20W50; 15W50, 15W40;10W40;10W30;5W40; 5W30; 0W30; 5W20 ; 0W20. Esta evolução da viscosidade tem vindo sempre no sentido de redução da mesma, e consequentemente disponibilizar lubrificantes cada vez mais fluidos (mais finos).
Para ser possível esta evolução nos fluidos lubrificantes, foi necessário alterar continuamente a tipologia dos óleos base, ou seja inicialmente todos os lubrificantes eram produzidos a partir de óleo de base minerais, posteriormente óleos de base semissintética e atualmente, todos os novos automóveis requerem oleos de base sintética, sem os quais não seria possível a produção de lubrificantes de tão baixa viscosidade.
O outro segmento de caracterização dos lubrificantes é a sua performance relativa, ou seja, o conjunto de característica que têm de possuir, para poder cumprir com os requisitos dos fabricantes de automóveis; a sua formula de aditivos. A Petronas, desenvolve continuamente, no seu Laboratorio de pesquiza e desenvolvimento, em Turim, Itália, novas soluções de formulações , para garantir a melhor resposta às continuas exigências dos fabricantes de automóveis.
Estes requisitos(exigências) são materializados através de especificações. Estas especificações, não são mais do que um conjunto de requisitos a que o produto tem de cumprir, como por exemplo, níveis de desgaste interno, estabilidade da viscosidade, capacidade de transporte do calor, proporcionando um melhor arrefecimento, níveis de limpeza e muita mais.
Estas especificações, poderão ser genéricas, internacionais, sendo as mais conhecidas e usadas a Europeia ACEA e a Americana API e também a Asiática ILSAC. Além das especificações internacionais, os principais fabricantes de automóveis, estabelecem especificações próprias com por exemplo MB 229.5 ; MB 229.51 ; MB 229.52; MB 228.5; MB 228.51. São designadas com especificações das OEM´s.  De facto são as mais importantes pois nelas estão contidos todos os requisitos, não só para o interior do motor, como também, para o turbo e também, muito importante os requisitos relativos à proteção ambiental, com a redução das emissões poluentes, onde os lubrificantes tem um papel importante a desempenhar.
Bom, não é um bicho de 7 cabeças, mas é principalmente importante respeitar para cada modelo a especificação estabelecida pela a OEM, pois só assim se garante a utilização do produto certo, com a máxima eficácia e proteção.


2. São cometidos erros em oficina devido a falta de informação ou apenas falta de formação?
Pelo que já foi dito, a informação existe, nos manuais, nas fichas técnicas dos lubrificantes e no conhecimento geral, no entanto, verificamos, que há muitas vezes a tentação da simplificação e minimização, das exigências dos fabricantes. Verificamos com muita frequência a tendência para se fixar a atenção na viscosidade e nas especificações genéricas internacionais em detrimento das OEM´s. Esta tendência é mais seguida em organizações independentes das marcas.
A formação, por vezes funciona, com oportunidade de sensibilizar as pessoas, para todos estes pontos e lembrar a disponibilidade dos mesmos. Sem dúvida que é sempre útil.


3. Em relação ao consumidor comum a compra passa apenas por uma sigla ou norma podendo levar a uma compra inadequada?
O muito importante neste caso a sensibilização no cumprimento das normas dos fabricantes. Com já referido o mundo automóvel tem sofrido um enorme desenvolvimento tecnológico, levando as marcas ao refinamento das exigências para os seus automóveis. Essa é a razão pela qual, actualmente há uma normas especificas, que obrigam à disponibilidade de produtos fabricados de acordo com essas normas e que consequentemente, não garantem totalmente a performance esperadas, caso seja usado um produto inadequado. Sem dúvida a atenção às normas requeridas é muito importante.


4. O consumo de combustível pode ser maior devido à utilização de um fluído incorreto?
Sem dúvida. Como já foi aqui referido, uma das carcateristica dos lubrificantes é a sua viscosidade, ou seja a sua fluidez a uma certa temperatura. Quanto mais “grosso” ou seja mais viscoso for o lubrificante, mais resistência oferece à circulação no interior do motor e consequentemente exige um maior esforço ao motor. Em sentido inverso, um lubrificante de baixa viscosidade , sendo mais solto, exige menos esforço interior, contribuindo assim para a poupança de combustível. Os lubrificantes de baixa viscosidade são designados por lubrificante de economia de combustivel.


5. Existe realmente alguma diferença entre marcas de lubrificantes?
Sem dúvida, muitas diferenças. As mais importantes, são a sua capacidade técnica de desenvolvimento de novos produtos, trabalhando em conjunto com as marcas. Um excelente exemplo disso é a parceria entre a PETRONAS e a MERCEDES , materializada no desenvolvimento de produtos da gama SYNTIUM, aplicados na formula um, com o real sucesso que todos testemunhamos. Na PETRONAS, chamamos ao carro da formula um o nosso laboratório móvel de desenvolvimento de lubrificantes.


6. O que destaca a Petronas neste mercado competitivo?
Como já foi referido, a PETRONAS é uma marca de base tecnológica, com mais de 100 anos de experiencia acumulada, desde o mundo Fiat até aos nossos dias, com um intensa colaboração com os principais construtores desenvolvendo produtos técnicos de ultima geração. No entanto nós na Petronas, desenvolvemos produtos, para todos os sectores de actividade, nomeadamente na industria adequando cada solução ao segmento de mercado a que se destina.


7. Se tivesse de descrever a Petronas em 3 adjetivos quais escolheria?
Confiança – Para a Petronas o mais importante é corresponder às expectativas dos nossos clientes. Garantir que os nossos produtos e serviços sempre superem o que prometemos. Esforçamo-nos por oferecer o máximo valor aos nossos clientes, aos mercados em que competem e aos consumidores, enquanto minimizamos o nosso impacto ambiental.
Performace – A Petronas tem como lema ser uma empresa de Soluções Técnicas de Fluidos.  A experiência acumulada pela Petronas nos circuitos de Fórmula 1 bem como uma presença constante nos principais circuitos de desporto motorizado, permitiram desenvolver a gama de lubrificantes Syntium constituída por produtos de alta tecnologia, os quais respondem a todas as exigências da nova geração de motores, dando uma indiscutível contribuição para a redução de emissões, proporcionando teor de CO2 cada vez mais baixos.
Qualidade – Todos os nossos produtos e serviços estão certificados pelos mais elevados padrões de exigência da normalização internacional, factor de garantia dos produtos Petronas.



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