Edição Julho 2022

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Tempo para... "Rodar Válvulas"
O que é? Como funciona o DRS na F1

O Rodar Válvulas pega em temas soltos de pura curiosidade quotidiana e tenta explorar o mesmo "até ao osso", dando um conhecimento mais aprofundado do tema escolhido. Tem o objetivo de meter a cabeça a "rodar" e a pensar como é que certas tecnologias funcionam ou como são organizadas no seu cerne e tudo isto em relativamente poucas palavras. 

Como qualquer desporto a Formula 1 é regida por regras que tornam o desporto justo para os participantes. Ao longo dos ano, como a F1 depende muito de tecnologia implementada no monolugar, as regras foram-se adaptando aos tempos recentes e todos os anos existem alterações ou pequenas correções.
Claro está que a mudança de regras tem sempre um propósito e isso pode trazer discórdia entre a comunidade de fãs. Nos últimos anos, temos visto um conjunto de regras, mudança de circuitos, alteração de regulamentos para evitar um "fosso" tão grande entre equipas mas principalmente em termos de investimento que por sua vez se traduz em desenvolvimento e mais tarde em vitórias. Com este tipo de aproximação temos visto um aproximar de todos os participantes mas isto levou a outro problema... Se estão todos mais ou menos equiparados como vamos ter competição? Vamos deixar de ter ultrapassagens? Vamos ficar com corridas monótonas em que o que tem a pole acaba por ganhar a corrida?  Aqui entra o DRS!

Conceito

Um dos maiores inimigos das ultrapassagens da F1 é a turbulência e o downforce (é uma força de sustentação para baixo criada pelas características aerodinâmicas de um veículo). Para melhorar o rendimento dos carros, as equipes exploram o máximo que podem o desenvolvimento da aerodinâmica, pois só assim é que os modelos contam com mais aderência nas curvas e a velocidade de ponta em reta. 
No entanto não podemos ter o melhor dos dois mundos (ou se calhar podemos vamos ver!) e para uma ultrapassagens precisamos de ter um ar na dianteira limpo e que o downforce seja reduzido para conseguirmos atingir uma maior velocidade de ponta.
Em 2009, para tentar escapar a estes inimigos foi desenvolvido uma asa dianteira móvel, isto é, os pilotos poderiam ajustar, duas vezes por volta, o angulo dos flaps da asa aumentando assim a aerodinamica quando se aproximavam do carro da frente. Como esta medida não teve grande impacto foi em 2011 então que nasceu o DRS, Drag Reduction System.
O sistema é nada mais que uma asa traseira móvel. A sua parte superior permite mudança de angulo criando uma abertura na curvatura da asa. Quando acionado, essa abertura proporciona um menor coeficiente de atrito aumentando a velocidade de ponta reduzindo o downforce. Isto é possível pois todo o ar que anteriormente era canalizado na asa para "agarrar" o monolugar ao asfalto agora passa por uma pequena janela de não mais de 85mm de altura causando uma menor força descendente.
Neste caso em concreto, a turbulência continuaria lá mas o carro em perseguição teria uma velocidade maior dando a possibilidade de ultrapassagem.

Regras para o seu uso
 
Atualmente, o uso desta ferramenta está sujeito a algumas regras. Normalmente cada pista tem definido zonas de DRS e também pontos de detecção. Vamos começar pelo mais fácil... como já devem ter percebido as zonas são trechos específicos da pista onde os pilotos podem ativar o DRS. OK, mas não é assim tão simples, temos mais uns senãos:
  • Apenas pode ser usado com pista seca;
  • Não pode ser usado nas duas primeiras voltas após partida;
  • Só pode ser acionado quando se está a menos de 1 segundo do carro seguinte;
  • Uso de forma livre nos treinos;
  • Se o safety car sair para a pista não se pode usar nas duas voltas seguintes depois de ele sair.
Em relação aos pontos de detecção servem para perceber se o DRS pode ser ativado devido ao intervalo menor de 1 segundo para o rival.

Críticas dos puristas
 
Desde que foi implementado na Fórmula 1, muitas foram as críticas a este elemento, embora aos poucos tenha sido imposto e aceite porque, se olharmos para trás, as ultrapassagens anteriores a 2011 eram bastante menos. Na verdade, se olharmos para as estatísticas de ultrapassagens por corrida, no ano da sua estreia na F1 houve o dobro de ultrapassagens relativamente ao ano anterior. Agora, os puristas consideram que essas ultrapassagens em muitos casos ocorrem nas retas muito antes de chegar ao ponto de travagem, tirando o espetáculo e a emoção das ultrapassagens.
 
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