Edição Agosto2018

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Tema do Mês:
Girar a chave? Isso é Passado!

O sistema de autorização à condução (FBS - Fahrberechtigunssystem) serve para assegurar que apenas o proprietário de uma chave válida poderá abrir o veículo por via legal e ligar o motor.
Desde 1992, os imobilizadores eletrónicos foram instalados nos veículos Mercedes-Benz, inicialmente como equipamentos opcionais e mais tarde de série. Estes sistemas foram sujeitos a um continuo desenvolvimento garantindo a impossibilidade de uma utilização não autorizada ou mesmo do roubo do próprio veiculo.
 

Atualmente, todos os veículos ligeiros de passageiros, comerciais ligeiros e camiões Mercedes-Benz estão equipados com o sistema de autorização à condução 3 (FBS3) ou 4 (FBS4). Em alguns modelos, estão equipados em combinação como o KeyLess-GO que possibilita a abertura/fecho do veículo sem a utilização direta da chave, utilizando um mecanismo de codificação entre a chave eletrónica e o EZS que vamos falar mais tarde.

História do FBS

Desde o FBS2, Janeiro de 95, a autorização eletrónica de arranque foi integrada na unidade de controlo IFZ - fecho central de controlo remoto por infravermelhos - e na unidade do motor.
Como o FBS2a foi introduzido um transmissor (transponder) enquanto com o FBS2b também foi acrescentado um sinal de rádio para o fecho central.
Desde o FBS3, foi utilizada uma chave eletrónica para realizar a transmissão totalmente eletrónica do código de autorização de acesso e da autorização à condução. Deste modo deixou de ser necessária a chave mecânica, que a partir deste momento só é utilizada em caso de avaria ou falta de pilha para abrir e fechar as portas.
Assim chegamos ao FBS4, nascido em Março de 2012 com a série 231 (SL) e onde podemos encontrar duas gerações de chaves (5º e 6º).
A chave de 5º geração rapidamente pode ser confundida com a de 4º geração pois são idênticas, mas o sistema eletrónico da mais recente opera ao dobro da taxa de transferência da seu antecessora. A autorização de condução é comunicada ao interruptor de ignição eletrónica (EZS) através de infravermelhos, sendo um sistema completamente independente do sistema de acesso. Este comando não necessita de pilha para ligar o motor, pois a chave é alimentada por uma bobina de indução integrada no EZS. No mesmo caso, para abrir/fechar o veículo vai ser obrigado a usar a chave mecânica.
A chave de 6º geração foi a que introduziu mais novidades e que veio abrir portas a outras tecnologias. Esta foi introduzida em Março de 2016 com a série 213 (Classe E) e que não necessita de ser introduzida no EZS, apenas tem de ser colocada num local especifico do veiculo para este conseguir fazer a leitura da chave.

FBS4

O FBS4 é um sistema complexo composto por unidade de controlo, em que cada uma calcula o código de autorização de condução (código Hash) de forma independente. Se a verificação em analise for válida, cada componente é desbloqueado automaticamente.

Afinal o que é o código Hash e para que serve?
Conceito teórico - algoritmo que mapeia dados de comprimento variável para dados de comprimento fixo. É uma sequencia de bits gerado por um algoritmo de dispersão, em geral representada em base hexadecimal que permite a visualização em letras e números (0 a 9 e A a F).

Ok, assim nem nós apanhamos nada… vamos tentar de outra maneira.
Hash é a transformação de uma grande quantidade de dados numa pequena quantidade de informação.

Os códigos falados anteriormente são usados na nossa marca para que quando a chave e o EZS tentam "falar" entre si, eles tenham alguma forma de perceber se falam a mesma língua! Isto é, só, e só se entenderem é que o processo avança e o utilizador pode abrir/fechar ou dar ao arranque.
Cada segmento tem capacidade para 200 000 códigos Hash, podendo concluir que cada pista tem disponível 600 000 combinações. As pistas 5 e 6 são reservadas para as chaves digitais que vamos falar mais à frente.
No caso de o utilizador perder a sua chave de forma irreversível não se deve "gastar" uma pista mas sim um segmento da pista da chave perdida. Por outro lado se o mesmo utilizador perder a chave de forma reversível pode sempre pedir uma nova chave (adicional) para o caso de encontrar a antiga ficando com 3 disponíveis.
 
  • Chave eletrónica na posição "A" - Circuito 15C
Quando a chave (A8/1) é introduzida na unidade de controlo (N73 - EZS), a energia de indução é ligada para fornecer energia elétrica à chave. Então ocorre uma troca de dados codificados (código Hash) através de infravermelhos para avaliar a validade da chave. No caso de uma chave de 6º geração, a transmissão dos códigos é difundida por ondas rádio, visto que não se coloca a chave no "canhão" nem se roda a mesma.
O código Hash é então calculado a partir da antiga combinação, depois de serem calculadas as combinações não podem ser mais usadas.
 
  • Chave eletrónica na posição "B" - Circuito 15R
O estado 15R é transmitido através do CAN-C (interior) e CAN-E (chassi).
 
  • Chave eletrónica na posição "C" - Circuito 15
Neste estado o circuito 15 é ativado e difundido através do CAN-C (interior) e CAN-E (chassi). É nesta altura que o EZS transmite os códigos Hash pela rede até as unidades devidas (ELV - caixa manual, CDI/ME > ISM/VGS - caixa automática, eletrónica de potência - Plug-in, motor elétrico - Elétricos). Os processos de verificação, autorização e resposta são realizados separadamente por cada unidade de controlo.

Funcionalidades da chave

Com toda a fama que anda na internet com o roubo de carros onde o ladrão nem tem de ter em sua posse a chave da viatura, existem pequenos truques que podemos ter em consideração para evitar estes "problemas".
As chaves da Mercedes tem a capacidade de desligar a comunicação que ocorre durante a utilização do Keyless-GO. Esta comunicação é feita via ondas rádio e por isso apenas temos de ter um meio de propagação para que se concretize a interação. Os assaltantes utilizam muitas vezes amplificadores de sinais para conseguir captar o sinal da chave, muitas vezes no interior da casa, e retransmitir para um aparelho que faz função da chave eletrónica.
A desativação pode ser feita carregando duas vezes no botão 2 do comando e uma luz piloto vai piscar indicado que a ativação foi bem sucedida. A partir deste momento o sistema Keyless-GO do comando fica desativado até o acionamento de um qualquer botão. Esta função não pode ser definida como predefinição e por isso sempre que o utilizador queira tirar proveito da mesma tem de a ativar manualmente.


Nota: O utilizador pode escolher entre dois tipos de fecho central com combinações de botões:
  • Seletivo - pressionando o botão 2 abre apenas a porta do condutor, as restantes abrem após um segundo pressionar do botão
  • Global - pressionado o botão 2 todas as portas ficam destrancadas.
Para mudar entre modos o utilizador apenas tem de carregar nos botões 1 e 2 ao mesmo tempo mais de 5 segundos.

 
Chave Digital  

O veículo também pode ser aberto/fechado e ligado por meio de um protocolo de comunicação conhecido por NFC (Near Field Comunication). Esta tecnologia é usada na chave digital que pode ser um smartphone ou um qualquer objeto que escolha… Como assim? 
Passo a explicar… a chave digital foi dada a conhecer, através de um smartphone, no modelo 213 (Classe E) onde bastava que o utilizador depois de estar registado no Mercedes Me e confirmar que o serviço está ativado (serviço gratuito durante 3 anos, depois disso terá custo inerente) encostar o smartphone ao puxador da porta do condutor, onde se encontra uma antena NFC, para desbloquear o fecho central. No inicio apenas era possível a utilização do serviço através de um smartphone com NFC e compatível com o sistema. Contudo a Mercedes pensou mais à frente e lançou este ano um autocolante que pode ser colado em qualquer objeto e que faz a mesma função.
O autocolante apenas fica disponível a partir do novo classe A (W177) e pode ser encomendado através do Mercedes me Portal.

O filho mais velho da família A 

Prevista em Portugal para o início de 2019, a nova adição à família Classe A, com carroçaria de três volumes e quatro portas, o Mercedes-Benz Classe A Limousine partilha, com a versão compacta (carroçaria de dois volumes e cinco portas) a distância entre eixos, largura e altura, com a diferença a estar no comprimento, 13 cm mais comprido, atingindo os 4,5 m. Este modelo também se pode gabar de ter o melhor coeficiente aerodinâmico entre os atuais modelos de produção, apenas 0,22 Cx, defendendo assim o record já conquistado pelo modelo CLA.
Este modelo vai incorporar várias virtudes do já conhecido classe A (W177) como por exemplo motores modernos e de alta eficiência, altos padrões de segurança graças à mais recente tecnologia em assistência à condução e uma plataforma interativa e intuitiva como o MBUX.

Vai contar na sua apresentação com um motor a diesel e um motor a gasolina:

  • A200 (120kW / 163hp e 250Nm) com caixa de velocidades 7G-DCT (caixa de dupla embraiagem) - com consumos combinados de 5.2 - 5.4l/100km e emissões de CO2 de 119 - 124g/km.
  • A180d (85kW / 116hp e 260Nm) com caixa de velocidades 7G-DCT (caixa de dupla embraiagem) - com consumos combinados de 4.0 - 4.3l/100km e emissões de CO2 de 107 - 113g/km.


A sua produção estará repartida entre Aguascalientes, no México, e Rastatt, na Alemanha e ainda vai começar este ano. O complexo no México, mais conhecido por COMPAS (Cooperation Manufacturing Plant Aguascalientes) é uma mega fábrica que assinala a produção de veículos da Mercedes-Benz na 5º localização a nível mundial, estando agora espalhada por três continentes. A mesma é um projeto de cooperação com a Renault-Nissan, que a esta altura do campeonato já não é segredo nenhum!
A produção na Alemanha, apenas vai arrancar no inicio de 2019. A planta de Rastatt é a fábrica principal para os modelos compactos da marca e é responsável pelo controlo mundial da produção e da gestão de fornecedores.

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