Edição Abril 2021

A publicação será mensal e vai conter informações técnicas, notícias e novidades do mundo Daimler. O apoio da comunidade é bem vindo e por isso caso tenha alguma informação, sugestão, crónica, notícia técnica que ache que vale a pena partilhar entre em contacto com o Departamento Técnico ou através do e-mail vasco.pinto@soccsantos.pt.

EQA - Eletrizante à primeira vista

O Mercedes-Benz EQA já foi revelado oficialmente e passa a ser o SUV elétrico mais pequeno e acessível da marca de Estugarda.
Baseado no Mercedes-Benz GLA, o novo EQA faz a estreia na versão EQA 250 (estão previstas outras versões do meso modelo no futuro), que utiliza um motor elétrico a potência de 190 cv de potência (a mesma do já conhecido GLA 220d) e o binário de 375 Nm para as rodas dianteiras, sendo alimentado por uma bateria de iões de lítio de 66,5 kWh.

À primeira vista até pode parecer um GLA, com uma silhueta muito semelhante, mas rapidamente para os olhares mais atentos ficam evidentes as diferenças. Todo ele transpira evidências da submarca EQ, fazendo lembrar um EQC mais pequeno e ao mesmo tempo, pequenos detalhes revelam a sua natureza 100% elétrica.
A grelha frontal fechada, visto a necessidade de arrefecimento ser significativamente menor que nos modelos a combustão, já característica dos modelos 100% elétricos da nossa marca dá-lhe um caracter singular. As assinaturas luminosas tanto na dianteira como na traseira são a favor da continuidade fazendo a ponte entre faróis (dianteira) e farolins (traseira). Em qualquer das versões temos presentes, no capot, as conhecidas power domes que lhe dão um aspeto mais desportivo sem nunca ofuscar todo o luxo e classe.

Algumas escolhas de jantes também evidenciam um particular cuidado com aerodinâmica (coeficiente de aerodinâmica, Cd =0,28), sendo muito raiadas ou tendo pequenos paineis de cor discreta para reduzir o atrito do ar e que posteriormente vai influenciar a autonomia da viatura.

Em termos de interior temos vários apontamentos à personalidade elétrica dependendo do design e da linha de equipamento escolhida pelo cliente. A linha Eletric Art é dedicada a evidenciar esses pormenores com elementos decorativos, sectores dos bancos e mesmo a chave em rose gold.

Logo no nível de entrada, este modelo já dispõe de faróis LED de elevado rendimento com assistente adaptativo de luzes de máximos, portão traseiro com abertura e fecho elétrico, jantes de liga leve de 18″, iluminação ambiente com 64 cores, porta-copos duplo, bancos luxuosos com apoio lombar regulável em quatro sentidos, câmara de marcha-atrás, volante desportivo multifunções em couro, sistema de infoentretenimento MBUX e sistema de navegação com “inteligência elétrica” (avisa se há necessidade de fazer alguma paragem para carga durante a viagem programada, indica as estações de recarga no caminho e indica o tempo de paragem necessário em função da potência de carga de cada estação).

Especificamente para o condutor, uma série de mordomias pouco comuns num carro deste segmento contudo, nada é de borla, e muitos destas são bem significativas no preço final.... Comandos por voz, head-up display, Realidade Aumentada (opção) e painel de instrumentos com quatro tipos de apresentação (Clássico, Sport, Progressivo, Discreto).

Verificar aqui a lista interativa dos equipamentos de serie para o interior e para os mais curiosos uma pequena visita virtual pela fábrica para acompanhar a produção deste modelo

Passando à parte mais técnica / oficina temos alguns pontos a focar que podem ser interessantes termos na cabeça e que podem ajudar no dia-a-dia...

Manutenção

O novo EQA está sujeito a uma lógica de manutenção já conhecida à já existente gama de elétricos. Os escopos de manutenção, sobretudo de Serviços A e Serviço B, são criados segundo criterios processuais e relacionados com a tecnologia do veículo. Já não é surpresa nenhuma que a manutenção programada, nestas viaturas, é muito reduzida em comparação com os de motores de combustão interna, no entanto muitas oficinas tem previsto um aumento da mão de obra para estas viaturas "verdes".
Regra geral os intervalos de manutenção não sofrem alteração continuando de 25 000 em 25 000 Km ou 12 meses, os Serviços A e Serviços B alternados e o Pacote PLUS como opão para o cliente.

Ao contrário do que se verificou no EQC não podemos incluir pacotes de serviços na compra da viatura, mas podem ser adicionados contratos de serviço após-venda como contratos pacotes de manutenção dependendo do mercado.

Trabalhos de manutenção adicionais:

Filtro de poeiras de carvão ativado - a cada serviço;
Fluído de travões - a cada 2 anos;
Verificar teto corrediço panorâmico, limpar e lubrificar - a cada 50 000 Km ou 3 anos;
Líquido de arrefecimento do circuito de baixa temperatura - a cada 200 000 Km ou 10 anos;
Líquido de arrefecimento da bateria de alta tensão - a cada 200 000 Km ou 10 anos;
Engate de reboque, verificar funcionamento - a cada Serviço B.

Desativação sistema alta tensão

Já habituados a sistemas híbridos e elétricos sabemos que temos sempre que desativar a rede de alta tensão para a maior parte das reparações em oficina. As boas práticas garantem que seja feito um serviço livre de perigo para o técnico.

O dispositivo de desligamento, mais conhecido como S7, não é nada menos que uma ficha de segurança que quando aberta interrompe dois circuitos (4 fios):

Circuito Interlock
Circuito 30c

O circuito que é interrompido fisicamente é um 30t mas que vai influenciar um 30c que por sua vez faz a desativação da rede de alta tensão.
O circuito 30c também é interrompido no caso de acidente quando o pirotécnico (F63) é deflagrado.
Podemos explorar melhor este tema noutra edição se for necessário pois é bastante interessante.

Nunca esquecer que a desativação apenas pode ser feita por técnicos qualificados e com treino especifico dado pela MBP!

Todos os veículos devem ter informações técnicas para o caso de alguma eventualidade (acidente) se tiver de desligar rapidamente o sistema. O MB disponibiliza essa informação sob a forma de Rescue Cards (normalmente no tampão deposito/carregador ou no pilar B lado condutor). POdem consultar o do EQA neste link.

Rede Alta Tensão

A rede de alta tensão apresentada já contempla motor e respetiva eletrónica de potência para a futura versão 4x4

Notas sobre as baterias de alta tensão:

As temperaturas inferiores a -30ºC e superiores a 55ºC, que atuam sobre o veículo por um período superior a 5 dias, podem resultar em danos irreversíveis na bateria;
O veículo não pode permanecer parado mais de 14 dias com a bateria descarregada, caso contrário podemos perder capacidade de recuperar alguma célula de lítio, causando danos na bateria;
O nível da bateria (SOC) deve andar sempre entre 30% e 70%, nunca completamente carregado ou completamente descarregado.

Rede 12V

Como todos os veículos elétricos, continuamos a ter uma rede de 12V com uma bateria como já nos é familiar. Isto porque a maioria dos componentes continua a trabalhar a 12V e não a alta tensão. Para isso é necessário um conversor DC/DC que faz o aumento ou diminuição da tensão compatibilizando as duas redes.
Como não temos alternador temos a máquina elétrica que faz esse papel, transormando energia mecanica em energia eletrica na travagem regenerativa. Como nem sempre a travagem regenerativa é suficiente a maior parte das vezes temos mesmo que recorrer ao conversor DC/DC para fazer a conversão diretamente da bateria de alta tensão, estabilizando a rede de 12V.

Conversor DC/DC ligeiramente afastado da bateria de 12V

Edition 1

Vai existir como na maior parte dos modelos uma edição limitada para celebrar as primeiras edições do modelo. O Edition 1 vai ter um interior e exterior característico e com alguns pormenores únicos. Vai apresentar um exterior marcadamente desportivo e combina elementos do Pack Night com o AMG Styling, como, por exemplo, a grelha do radiador Black Panel específica da AMG em design Twin Blade e jantes de 20 polegadas. Para mais detalhes ver a página dedicada aqui.