Edição Janeiro 2018
A publicação será mensal e vai conter informações técnicas, notícias e novidades do mundo Daimler. O apoio da comunidade é bem vindo e por isso caso tenha alguma informação, sugestão, crónica, notícia técnica que ache que vale a pena partilhar entre em contacto com o Departamento Técnico ou através do e-mail vasco.pinto@soccsantos.pt.
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Tema do Mês:
É tudo uma questão de Volts!
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O mundo continua a girar e com isso, as necessidades das pessoas - não menos importante, em termos de mobilidade. A mobilidade elétrica, independentemente de ser total ou parcialmente elétrica, significa uma melhor dinâmica de condução e consumos de combustível reduzidos, para uma experiência de condução contemporânea. Mas não é apenas para os nossos clientes que a mobilidade elétrica representa um passo à frente. Para nós, grupo Daimler, também há muitas boas razões para impulsionar a eletrificação do carro.
Esta mudança deve-se a vários fatores que conhecemos bem, entre eles as politicas cada vez mais "apertadas" de emissões de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera. Outro fator, é a exponencial introdução de funções de conforto disponíveis nos automóveis dos nosso dias. A rede 48V vem dar uma ajuda neste campo alargando o leque e deixando espaço para novas invenções nesse campo.
Para que fique já claro esta rede não vai substituir a rede de 12V existente, mas sim, viver em conjunto ajudando no que for necessário.
Neste momento apenas podemos encontrar este tipo de tecnologia em dois veículos da marca, no 222 (classe S facelift) com o motor M256 e no 238 (classe E coupé) com o motor M264. Apesar de ainda muito recente esta tecnologia está em desenvolvimento há vários anos e vai ser uma grande aposta futura de várias marcas automóveis.
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Nas imagens abaixo podemos ver os dois tipos de acionamento disponíveis com a rede de 48V. Na imagem da esquerda encontramos o motor de partida e alternador integrado (ISG) que podemos encontrar no 222, composto por um motor elétrico trifásico com uma potência de 16kW, aproximadamente 22cv. Na imagem da direita o motor de partida e alternador combinado acionado por correia (RSG) com uma potência de 12kW, aproximadamente 16cv.
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Estes dois sistemas tem as suas semelhanças e as suas diferenças. Passamos a perceber quais são:
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Semelhanças:
- Conjunto de bateria de rede de bordo de 48V (G1/3) e módulo de comando do conversor DC/DC arrefecido a água;
- Caixa de fusíveis da rede 48V no compartimento do motor;
- Bomba de água elétrica com 950W, anteriormente 400W na rede de 12V, aumentando assim o desempenho do arrefecimento;
- Partida básica com rotação baixa;
- iECO-Stop - Partida e parada condicionada pela situação, parada do motor a baixa velocidade (aprox. 20Km/h);
- Condução híbrida com cálculo/distribuição do torque entre a máquina elétrica e o motor de combustão interna;
- Efeito Boost e travagem regenerativa.
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Diferenças:
- Compressor AC elétrico (ISG);
- Compressor elétrico adicional para criar uma pressão de sobrealimentação independente da rotação do motor, criando mais agilidade em regimes de rotação baixa (ISG);
- Posicionamento da árvore de cames para a partida conforto (ISG);
- Distribuição de potência entre os componente de 48V (ISG).
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Foram apresentados alguns pontos para se ficar com uma ideia mas ambos os sistemas são complexos e existem mais variantes a ter em conta para os comparar.
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No sistema de 48V a tensão é quatro vezes maior que na rede de 12V o que leva diretamente a uma potência disponível quatro vezes maior para a mesma corrente, pela fórmula da Potência sabemos que a mesma é igual a tensão multiplicada pela corrente (VxI), por isso de forma simple podemos implementar mais sistemas não comprometendo a rede de bordo.
A rede de 12V deixa de alimentar os consumíveis comuns passando estes a ser alimentados pelo conversor DC/DC (este conversor converte 48V corrente contínua em 12V corrente contínua). Este conversor permite também a transferência de energia no sentido oposto, possibilitando assim a recarga da bateria de 48V com um carregador de 12V ou mesmo de um veículo dador.
De salientar que a rede de 48V é desligada quando o veículo está parado e só volta a ser ativada quando a ignição é ligada.
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Produção das baterias de 48V da Mercedes-Benz
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Na configuração tipo "P1" o ISG é aparafusado à cambota e está localizado entre o motor e a caixa de velocidades. Esta máquina em conjunto com a rede de 48V gera uma potência de 16kW (~ 22cv) e um binário de 220Nm, conseguindo assim uma melhor performance e consumos relativamente reduzidos.
Podemos acrescentar que o ISG é ainda capaz de diminuir as vibrações de torção melhorando o conforto.
Tipologia encontrada no 222 com motor 256.
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Na configuração tipo "P0" o RSG substitui o alternador ficando também ligado por correia. Além da função de alternador que acumula, esta máquina também oferece a possibilidade de gerar binário com a ajuda da bateria de 48V, auxiliando, assim que seja necessário, o motor de combustão interna.
Com este binário adicional positivo é capaz de aumentar a performance do veículo mesmo com menor cilindrada e já em baixas rotações.
Tipologia encontrada no 238 com motor 264.
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O termo Sailing descreve no veículo a função de desacoplar o motor de combustão interna e a máquina elétrica durante a marcha. Este modo apresenta a vantagem de aproveitar a energia cinética existente para dar continuidade ao movimento em vez de perder a mesma em forma de arrasto. A embraiagem interna do conversor de torque fica sempre aberta neste modo e em velocidades mais altas é aberta adicionalmente uma embraiagem na caixa de velocidades. Ainda uma bomba de óleo adicional na transmissão automática garante a lubrificação necessária.
O modo Sailing, ou "roda-livre", funciona no motor M256 com o mesmo desligado, pois a maior parte dos componentes são alimentados pela rede 48V (bomba de água, compressor AC, etc.). No caso do motor M264 pode funcionar desligado ou ligado, vai sempre depender de outras variáveis a ter em conta na situação em questão.
Este modo de condução ecológica é auxiliado por algoritmos inteligentes que avaliam a situação utilizando os sensores do veículo. Mapa Advanced Driver Assistence Systems, camara e sensor de radar são indispensáveis para a realização deste modo.
A diferença para o modo anteriormente conhecido é o facto de não ser mais necessário a vinculação direta com ações do condutor, o próprio veiculo seleciona de maneira autónoma a operação mais eficiente tendo como base a situação atual de marcha.
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Mais próximos da condução autónoma
Active Distance Assist
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A tecnologia nos dias de hoje está a ter uma evolução exponencial e o setor automóvel não foge à regra. Os veículos estão cheios de funções que mais parecem ter saído de um filme de ficção científica e a verdade é que se ficamos surpreendidos quando ouvimos falar delas quando experimentamos nem queremos acreditar no que se está a passar à frente dos nossos olhos. Se há uns anos o objetivo era a experiência de condução pura para o condutor hoje em dia cada vez mais o condutor passa para segundo plano quando o que anda na "boca do mundo" é a condução autónoma.
Não conseguimos falar de todas essas funções numa só edição e por isso vamos explorar algumas e deixar outras para a próxima. Uma das funções mais amplas e virada para a condução autónoma é o Active Distance Assist.
Esta função engoba muitas subfunções e só resulta devido a uma imensidão de sensores e radares que podem ser pedidos ou já serem de série na compra do veiculo (de realçar que esta função apenas é disponibilizada atualmente no Classe S e no Classe E). Vamos tentar enumerar algumas possibilidades disponíveis com esta função:
- Controlo de velocidade automaticamente com a leitura de sinais de trânsito;
- Controlo automático de velocidade com a aproximação de locais de velocidade controlada;
- Controlo automático de velocidade com a aproximação curvas, descidas e até cruzamentos;
- Controlo automático de velocidade em trânsito de marcha lenta sem ter de intervir nos pedais;
- Controlo automático de velocidade apenas pelos dados cartográficos...
Podemos perceber melhor algumas destas possibilidades com as animações no video abaixo.
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Active Distance Assist
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De salientar que a condução autónoma ainda não é uma realidade mais sim um sonho em construção. Até lá muitas leis tem de ser definidas e os condutores devem ter sempre bem ciente que são eles que devem estar sempre em controlo da situação.
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Acabou o Segredo
Novo CLS
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O novo CLS (257) é o mais recente membro da família Mercedes-Benz, este foi apresentado mundialmente na LA AutoShow 2017 no inicio do mês de Dezembro.
O novo chassi vai contar com motorizações a gasolina e a diesel:
- CLS 350d 4MATIC com motor OM656, motor 6 em linha, com 290cv e 600Nm (Diesel);
- CLS 400d 4MATIC com motor OM 656, motor 6 em linha, com 344cv e 700Nm (Diesel);
- CLS 450 4MATIC com motor M256, motor 6 em linha + sistema 48V, com 372cv e 500Nm (Gasolina).
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Mercedes-Benz CLS 2018: Video Apresentação Mundial
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A Mercedes vai apresentar no CES (Consumer Electronic Show), em Las Vegas, um novo sistema de entretenimento/informação (NTG6). Este novo sistema vai incluir nova tecnologia baseada em inteligência artificial e forma de operar ainda mais intuitiva, será desta vez que a Mercedes cede ao mercado e aposta num painel touchscreen? Vamos ter de esperar para ver...
Como falamos de uma marca na vanguarda, este sistema vai ser introduzido de serie na próxima geração de veículos compactos em 2018.
A conferencia vai ser transmitida em direto do Website da Daimler.
Livestream: 9 de Janeiro 2018 às 20:00h (GMT)
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